terça-feira, 29 de junho de 2010

Professor X Inovação: uma batalha perdida?

Por profjc


Há duas décadas atrás havia uma pergunta bastante frequente quando se falava em computadores e novas tecnologias: “será que um dia os computadores vão substituir os professores?”. Era o início da chegada dos computadores de forma massiva e, assim como ocorreu com o surgimento do rádio, e depois da televisão, do videocassete e tantas outras inovações, eram muitas as dúvidas sobre a possibilidade do professor perder a sua “função” e vir a ser substituído por uma dessas maquinetas. Mas uma coisa era tida como certa por quase todos: apesar das dúvidas, havia no fundo a certeza de que o professor jamais seria substituído por nenhuma máquina ou sistema tecnológico.
Estávamos errados! O tempo passou e, de fato, o professor daqueles tempos perdeu mesmo sua “função” para o computador e para as novas tecnologias de informação e comunicação que foram surgindo. Ainda temos professores nas escolas, e continuaremos a tê-los por muito tempo (pelo menos pelo tempo que durar a escola formal), mas a “função” que esse professor tinha há 20 anos atrás já amarelou e se apagou como as fotos antigas, e hoje já pode ser dispensada.
Alguns professores mudaram sua forma de atuação e “evoluíram junto com a sociedade”, mas aquele professor cuja metodologia de hoje é a mesma de 20 anos atrás, esse já pode ser substituído pelos computadores com grande vantagem para o aluno e para a sociedade. Dito dessa forma pode até parecer cruel demais, ou mesmo um “exagero”, mas essa é a dura realidade que vemos nas escolas reais.
Há 20 anos atrás a escola era essencialmente conteudista, propedêutica, excludente, hierárquica e mecanicista. O professor era uma figura adaptada a seu tempo, porque a escola de então tinha as mesmas características fundamentais da escola de quando ele, professor, esteve sentado em seus bancos, e de quando seus professores a frequentaram. Na verdade, a escola como instituição formal de ensino, e o professor, como figura central no processo de ensino e aprendizagem, tem mantida suas características principais desde que foi trazida da Europa pelos jesuítas, ainda no século XVI.
Eu aprendi a ser professor com os meus professores. Os meus professores aprenderam com os professores deles, que aprenderam com os professores deles, que aprenderam… E a regressão continua quase “ad infinitum“. Professores não aprendem a ser professores apenas na universidade, em cursos de pedagogia ou licenciaturas, ou lendo “teorias educacionais”. Professores aprendem a ser professores com todos os seus próprios professores, desde a primeira série escolar até o último ano da faculdade (ou da pós-graduação). Professores reproduzem não apenas conhecimentos curriculares, mas também técnicas, comportamentos, atitudes e ideologias que assimilaram durante sua formação. Professores são, essencialmente, réplicas ligeiramente modificadas de outros professores. E, se não fosse assim, como teriam se tornado em professores?
É certo que com o passar de muitos anos o professor vai adquirindo sua própria personalidade pedagógica, da mesma forma que adquire sua personalidade individual, em uma eterna luta para superar aquilo que ele mesmo julgava falho nos modelos de professores que ele teve quando era aluno. Mas, se por um lado essa é uma atitude consciente do professor que busca sua identidade própria, por outro, há milhares de comportamentos inconscientes que apenas reproduzem os modelos que ele teve durante sua própria formação. O professor que não toma consciência da necessidade de mudar sempre, este acaba não mudando quase nunca.
O que nós, professores, fazemos hoje de forma diferente da maneira como nossos professores fizeram a seu tempo? O que podemos julgar inovador, moderno, ajustado aos novos tempos e benéfico para nossos alunos? Quantos somos realmente “originais”? Nossos alunos são diferentes a cada ano, o mundo é diferente a cada novo dia, e nossa escola? E nós, professores?
A arquitetura dos prédios escolares, a disposição das salas de aula, o quadro negro (ou branco, ou verde, pouco importa), o giz, a caderneta, o caderno de anotações, as provas e a forma de avaliação, os conteúdos curriculares, a dinâmica das aulas, as cadeiras enfileiradas, a relação hierárquica com os alunos…. O que mudou na escola? O que mudou em nossas práticas pedagógicas, em relação aos nossos próprios professores?
Para alguns de nós, professores, há uma percepção clara de que muita coisa mudou. Mas mudou no mundo, não necessariamente em nós mesmos. Vemos uma escola complexa, alunos complexos, uma sociedade complexa, uma tecnologia complexa… Mas não nos vemos nessa complexidade. Nem sempre queremos ser parte dessa complexidade. Ainda pensamos “simples”, de forma “linear”, somos pautados por exemplos de pensar e agir que foram os únicos que tivemos. Então tudo nos parece estranho e complexo. Por isso tendemos a julgar que tudo piorou: porque não compreendemos, e porque tememos e desgostamos de tudo aquilo que não somos capazes de compreender.
É nesse contexto que “perdemos nossa função”. A escola atual, os alunos atuais, o mundo atual e suas múltiplas complexidades já não precisam mais de um professor “simples”, “linear” e limitado a reproduzir apenas aquilo que já foi reproduzido nele mesmo por seus próprios professores. Devemos muito aos nossos professores, sem dúvida, mas devemos mais ainda aos nossos alunos. Nossos professores estavam certos, ao tempo deles, e nossos alunos estão certos agora, no tempo que a eles pertence. O erro, que muitas vezes dói em nós ao ser percebido, a ponto de fazermos tudo para não percebê-lo, é que muitos de nós ainda lecionamos como nossos pais, avós e bisavós pedagógicos.
O computador e as novas tecnologias não poderão nunca substituir o professor como figura central do processo de ensino e aprendizagem, mas certamente já pode exercer a “função” que muitos professores exerciam há 20 anos atrás e que alguns de nós ainda tenta exercer hoje: “servir de depósito de informações”. A internet é, com certeza, um repositório de informações e respostas prontas muito maior do que qualquer professor individualmente.
Se pudéssemos traduzir o pensamento que nossos alunos expressam em suas atitudes de pouco caso, desinteresse e mesmo de desilusão com a escola, estabelecendo um paralelo entre o que fomos, nós professores, e o que são eles, os nossos alunos de hoje, talvez encontrássemos algo como: “Já não precisamos de professores que apenas tragam as informações para nós, o Google é mais rápido e eficaz nessa função. Não precisamos mais de lousa, ou mesmo de livros, para apenas copiar textos e depois reproduzir em provas e trabalhos, pois um simples CTRL+C seguido de um CTRL+V faz isso por nós. Não podemos ficar 50 minutos oferecendo nossa atenção integral a um professor que faz um monólogo triste sobre um tema que não nos interessa; nós queremos mais ação, mais rapidez, mais objetividade, mais interatividade, mais mobilidade, mais socialização, mais desafios. Já não tememos vocês, professores, e não compreendemos o significado de ‘hierarquia’; não queremos ficar enfileirados o tempo todo e nem presos às nossas cadeiras, ou trancados em nossas salas. Enfim, não queremos ser como vocês foram“.
A opção pelo uso pedagógico dos computadores e das novas tecnologias não é, e jamais deve ser entendida como, simplesmente “uma nova maneira de maquiar velhas práticas educacionais”, mas sim uma opção ideológica por romper com essas práticas. Não se pode pensar no uso das novas tecnologias sem pensarmos na mobilidade da informação, mas também, na mobilidade dos alunos. Não se pode pensar no uso dos computadores e da internet sem termos em mente que eles implicam em novas dinâmicas de aula, novas abordagens curriculares e novos currículos, novas práticas de ensino, uma nova didática e novas regras de convivência social no ambiente da escola.
As TICs não cabem no espaço pedagógico reduzido e pobre da velha escola, elas precisam de uma nova escola, de um novo professor. Talvez por isso seu uso tenha sido um fracasso em muitas escolas. As TICs e os alunos já vivem uma sinergia natural fora dos muros da escola; não se pode inseri-las na escola apenas como uma muleta para uma pedagogia capenga. A escola tornou-se uma ilha de exclusão, um museu pedagógico de velharias didáticas. E esta ilha está afundando rapidamente no meio do oceano das novas tecnologias, novas metodologias de aprendizagem e novas práticas didáticas.
O professor que atua hoje como atuava há 20 anos atrás já perdeu a batalha contra as “modernizações” e já pode ser considerado um dinossauro pedagógico em extinção. Tudo o que ele pode fazer por seus alunos é ensinar história: a história de como éramos quando o mundo era muito diferente do que é hoje e ainda mais diferente do que será quando seus alunos já estiverem fora da escola formal. Qualquer computador conectado à internet pode dar mais oportunidades de aprendizagem ao aluno atual do que esse professor.
A causa primeira que levou esse professor ultrapassado a perder a batalha que todos pensávamos ser imperdível, a ponto de poder ser substituído por máquinas que não pensam, não foi apenas o descaso para com as novas tecnologias digitais, a preguiça que o impediu de continuar aprendendo sempre, ou toda a lista de dificuldades que esse mesmo professor aponta como razões para seu fracasso. O que tornou esse professor ultrapassado foi a falta da modernização de sua tecnologia educacional. As TICs podem não ser a solução para os problemas desse professor, mas certamente são parte importante dos problemas que ele não soube enfrentar.
Fonte: http://professordigital.wordpress.com/2010/06/10/professor-x-inovacao-uma-batalha-perdida/
http://nteitaperuna.blogspot.com/2010/06/professor-x-inovacao-uma-batalha.html

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pela web, projeto capacita professores ao mundo digital.

Aulas gratuitas estão disponíveis para qualquer professor do Brasil.
 
Links desta matéria:
Projeto Elementos

Portal do Professor



Cada vez mais, PCs estão invadindo as salas de aula. O difícil tem sido os professores acompanharem o ritmo dos alunos, que já nascem com as mãos no teclado e com os olhos nos monitores. Por isso, a Intel tem um projeto mundial que pretende ajudar os professores a utilizar melhor a informática no seu dia-a-dia, e transformar o PC em um instrumento fundamental no processo de aprendizagem.

“Em um primeiro momento é pensar como é que eu consigo adicionar elementos de tecnologia na sala de aula e aí ela vira não necessariamente a sala de aula física. Adicionar esses elementos à sala de aula, para que ele possa trabalhar junto com os alunos para que eles possam construir o conhecimento, ou de matemática, ou de português, ou de física, ou dos três juntos. Que é uma proposta, digamos, mais moderna”, diz Rubem Saldanha, Gerente de Educação da Intel

O Projeto Elementos foi lançado no início do ano na versão em inglês. Agora, quatro meses depois, chega por aqui na versão em português. E não foi só a tradução de algumas adaptações para a realidade brasileira que fizeram parte do processo.

“A gente trabalha com professores locais aqui de universidade, estudantes de doutorado na área de educação e tecnologia para que eles possam fazer adaptações inclusive nos parâmetros curriculares nacionais, que é o nosso guia na área de educação”, explica Rubem Saldanha, Gerente de Educação da Intel

São 5 módulos, cada um com 16 horas. E as aulas online e gratuitas estão disponíveis para qualquer professor do Brasil, tanto no Portal do Professor do MEC quanto no site da Intel. Para fazer parte, basta se cadastrar e seguir os passos na tela. Quer saber os links? Então acesse os endereços que publicamos no início do texto!

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/jovem/central_de_videos/pela-web-projeto-capacita-professores-ao-mundo-digital/12416/m_intel

terça-feira, 22 de junho de 2010

Web 2.0 - The machine is us!

No início da construção do meu conhecimento sobre informática educativa, eu tinha muitas dúvidas e imaginava o uso do computador somente de maneira instrucional. No decorrer dos vários cursos que eu fiz (e ainda faço), descobri um leque de possibilidades.Vale frisar que estes cursos em sua maioria, são na modalidade à distância. A Web 2.0 foi e é para mim a propulsora na busca de novas formas de aprender, e este vídeo Web 2.0 - A máquina somos nós, me faz refletir no futuro da educação.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tecnologia nas escolas: giz e quadro negro não têm mais vez!



Uma sala de aula como essa, com um laptop para cada aluno,  ainda é  realidade distante da maioria das escolas do Brasil. O índice de inclusão digital do país é baixo, e segundo dados da última  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE, mais de 100 milhões de pessoas acima dos dez anos de idade nem sequer têm acesso à web. Isso representa mais da metade dos brasileiros com essa idade. Mas as novidades para o setor educacional não param de surgir e embora o nosso  sistema ainda seja bastante atrasado em termos de tecnologia, as iniciativas mostram que há uma preocupação constante nessa área.

Um dos destaques são as carteiras de aula informatizadas. O hardware fixado à cadeira é uma forma de garantir a segurança e previne roubos dos computadores usados em sala de aula. E quando dobrado, o móvel volta a ser uma carteira normal, ocupando bem menos espaço.

“Essa carteira ela usa um equipamento interno que seria a parte do computador que se chama “Teen Claint”, esse equipamento não tem como ser utilizado na casa. Vamos supor que acontecesse de alguém assaltar a escola e querer levar esse equipamento para a casa, ele só funciona em rede, então quem roubou isso não vai ter uma rede para usar isso fora da sala de aula, ou seja, ela só tem utilidade mesmo em sala de aula”, explica Maurício Oppitz, Diretor da Opptis Soluções Tecnológicas.

A estrutura do equipamento também é adaptada para o uso de portadores de deficiência física. E ainda com a ideia de inclusão, um sistema conecta a lousa digital a um tablet e permite que o professor passe as informações aos alunos de onde ele estiver.

“Por um desafio de um cliente, nós acabamos migrando para uma linha de produtos para pessoas com necessidades especiais, onde houve o surgimento da carteira informatizada para cadeirante, então, essa carteira tem uma regulagem de altura, tem um espaço para a entrada do cadeirante, então ele consegue ficar tranqüilo e ergonomicamente correto junto à carteira. Da lousa digital, a gente tem o tablet também, que foi uma intenção de trazer o professor cadeirante para a sala de aula. Então, o professor pode andar por toda a sala e com esse tablet ele pode retornar a atividade de professor”, diz Nuno Berte, Gerente de Vendas da Oppitz Soluções Tecnológicas.

Um item que promete deixar para trás o tradicional sistema de lousa e giz e tem se desenvolvido cada vez mais são as lousas digitais. Esse software de realidade 3D, por exemplo, mostra com precisão detalhes do corpo humano e do sistema solar. E os professores garantem: isso ajuda muito no aprendizado.

E já pensou em fazer um curso e receber o comprovante da conclusão na mesma hora, já com a sua foto tirada na formatura? Os certificados digitais, além de garantirem a autenticidade do material por usarem o mesmo sistema de impressão das notas de dinheiro e passaportes possibilitam que o estudante receba o documento instantaneamente. Basta que ele tire uma foto e forneça sua impressão digital .

“Alí você faz a captura de quem você desejar e você faz a impressão do certificado com o papel de segurança na hora. Então, o aluno sai com o certificado da colação de grau, no mesmo dia. A gente faz a coleta dos dados na hora e faz a impressão do papel de segurança, na hora”, explica Sérgio Ricardo Medeiros, Gerente Nacional de Vendas da Thomas Greg & Sons

Essas novidades são só uma amostra dos desenvolvimentos tecnológicos que devem invadir as salas de aula nos próximos anos. Em nosso site você encontra uma série de matérias que falam sobre tecnologia aplicada à educação. Corra lá, faça uma busca em nosso acervo e fique por dentro do assunto! E aproveite para conhecer, também, o projeto Elementos. Trata-se de um curso gratuito via Internet, para preparar os professores para saber como lidar com a tecnologia na sala de aula.

Fonte: www.olhardigital.com.br, acessado em 16/06/2010 às 10:48.