sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Raio

Na última semana testemunhei o sofrimento de muitas pessoas em minha cidade, Nova Friburgo-RJ, por conta do grande volume de chuva que atingiu nossa região em poucas horas. O meu bairro ficou sem energia elétrica por três dias, sem telefonia celular por quatro, o provedor de internet voltou hoje a normalidade e continuamos sem telefonia fixa e abastecimento de água! Mas quero hoje compartilhar sobre um dos maiores fenômenos da natureza: o Raio.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Escola com que sempre sonhei...

No final de 2010 apresentei este texto como avaliação da disciplina Fundamentos da Educação ministrada pela Profª Silvana Bezerra no Curso de Licenciatura em Física do CEFET-RJ, UnED Friburgo. Compartilho com todos na íntegra.




Neste texto será exposto um pequeno resumo do Livro ”A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir!”, de autoria de Rubem Alves publicado pela Editora Papirus.
Imagina-se um resumo de um livro iniciado pelas primeiras páginas, mas vou transcrever parte da entrevista concedida pelo Prof. José Pacheco que se encontra na página 97 do livro:
“Em 1976, a Escola da Ponte era um arquipélago de solidões. Os professores remetiam-se ao isolamento físico e psicológico, em espaços e tempos justapostos. O trabalho escolar era exclusivamente centrado no professor, enformado por manuais iguais para todos, repetições de lições, passividade.”
Esta situação em que se encontrava a Escola da Ponte há 34 anos é a situação em que a maioria das escolas com as quais tenho contato se encontra. Ainda segundo José Pacheco:
“Compreendemos que precisávamos mais de interrogações que de certezas. E empreendemos um caminho feitos de alguns pequenos êxitos e de muitos erros, dos quais colhemos (e continuaremos colhendo) ensinamentos, após termos definido a matriz axiológica de um projeto e objetivos que ainda hoje no orientam: concretizar uma efetiva diversificação das aprendizagens, tendo por referência uma política de direitos humanos que garantisse as mesmas oportunidades educacionais e de realização pessoal para todos, promover a autonomia e solidariedade, operar transformações nas estruturas de comunicação e entre instituições e agentes educativos locais”.
Essa visão de cooperatividade e autonomia transformaram a Escola da Ponte em uma referência educacional em Portugal, objeto de estudo e pesquisa por parte de estudantes e convidada pelo Centro de Formação Camilo Castelo Branco em um centro de “estágio”, no quadro da formação contínua de professores. Em maio de 2000, a convite do Centro de Formação, Rubem Alves foi visitar a Escola da Ponte.
Rubem Alves ficou apaixonado pela Escola da Ponte, tanto é verdade que o próprio autor na página 63, afirma que já está “sem graça” de falar pelo quinto domingo (crônicas publicadas no jornal Correio Popular de Campinas), a respeito do mesmo assunto. Realmente algo deslumbrante nos faz apaixonar! E Rubem já idealizava, ou algo próximo, da Escola da Ponte, como ele próprio diz parafraseando Fernando Pessoa: “Quando te vi, amei-te já muito antes...”. Mas o que de tão especial tem essa tal escola?! Será que é possível reproduzi-la ou utilizá-la como referência?!
A Escola da Ponte é uma escola que não há divisões por turmas, disciplinas, professores, não existem campainhas indicando o início e fim de cada aula. Não existem regras impostas por diretores ou secretarias de educação. Os direitos e deveres são idealizados e discutidos pelos próprios alunos. São eles também que se reúnem a cada 15 dias em Assembléia para discutir o projeto de aprendizagem que será trabalhado nos próximos 15 dias. Então retornam para uma nova Assembléia. Não é possível falar em indisciplina nesta escola, pois a Pedagogia da Cooperação é o seu ponto marcante, os alunos sentem-se responsáveis pela aprendizagem de seus colegas. Os grupos de estudo e pesquisa se agrupam por interesses comuns e pesquisam em livros ou na Web. Interessante também é a importância em se ouvir a opinião dos alunos, para isso existe o computador do “Acho Bom” e o computador do “Acho mau”, importante ferramenta avaliação.

Conclusão
Uma escola assim é o ideal de qualquer educador: crianças e professores se ajudando mutuamente, conteúdos relacionados com o interesse do aluno, aprendizado voltado para a vida, aprendendo no presente não se abstendo do futuro. Toda a comunidade escola sente-se motivada e feliz, que é o mais importante.
Acredita-se que o ensino da escola pública melhorou nos últimos anos, mas infelizmente o ensino, ou melhor, o aprendizado, ainda não é voltado para o aluno. Essa mudança de perspectiva só deverá ocorrer quando as equipes de gestores das escolas e professores tiverem autonomia, mas antes capacitados para serem autônomos, e exercerem o papel de facilitadores do processo de aprendizagem, pois o papel do educador não é ensinar o que se sabe, mas propiciar situações em que o aprendizado ocorra naturalmente. Reproduzir a Escola da Ponte? Não necessariamente, mas enxergar com os olhos de quem viu em 1976 uma escola sofrida e que a transformou em referência educacional. Enxergar a criança como pessoa que tem anseios e que nosso dever é colaborar para que esses anseios não sejam sufocados pelas amarguras da “cela de aula”.